quinta-feira

360, 2012 de Fernando Meirelles




O que dizer de 360?

Muito mais do mesmo. Mas ainda assim, válido. Quanto mais pudemos bater na tecla da nossa condição isolada do mundo de hoje, melhor. Quem sabe possamos fazer algo a respeito.
O novo filme dirigido por Fernando Meirelles fala da solidão. Aquela velha companheira das grandes cidades, dos relacionamentos sólidos e monótonos, da vida fora de onde nascemos.
Também ouvimos sobre as relações que desenvolvemos com pessoas ao longo da vida, pessoas que passam por nós para significar algo especial e nunca mais voltamos a ver.
E das escolhas....principalmente das escolhas. Escolher significa abrir mão de todo o resto. Num mundo cheio de opções que temos pela frente, escolher ficou cada dia mais difícil, claro. Queremos tudo, somos 'criados' para querer tudo. Quem não quer não sabe viver, não é assim? O momento do hedonismo?
Antony Hopkins está lindo no filme. Entregue no jeito de atuar, sincero...sereno...maduro. Presente para nossa Maria Flor. Soube que ele se identificou com o personagem e por isso topou fazer na hora. Quantos de nós não temos histórias tristes guardadas na vida, que possam ser de alguma forma exorcizadas pela arte?
As histórias realmente não se aprofundam em si, mas acho que concluem bem. Realmente não conseguimos entrar na onda de cada personagem, a nao ser com uma grande identificação pessoal. Mas...acho que elas se amarram de forma conexa, tudo se encaixa perfeitamente.
O grande trunfo do filme é a direção do Meirelles e a edição do Daniel Resende. As câmeras são posicionadas de forma tão competente que conseguimos sentir a solidão do personagem, e Daniel cria a atmosfera sem precisar da trilha sonora. Dupla implacável...que venham muitos filmes para fazerem juntos!
Não está, definitivamente, entre meu filmes favoritos, mas vale a pena ir no cinema!!!



4 comentários:

Leo|mascaro disse...

Eu adorei o filme, apesar de concordar na falta de tensão e profundidade nas histórias/personagens.

Além da solidão, o filme esbarra na moralidade de cada um diante do sexo, que aparece como personagem principal em quase todas as histórias, senão todas.

Além da dupla Meirelles e Daniel, não esqueça da excelente fotografia do Adriano Goldman, que fez outro trabalho memorável!!

sabrina. disse...

Leo,

Sim fotografia incrível!

E sim, o sexo permeia todas as histórias, mas o que vc quis dizer com a moralidade? Vejo uma moral no Jude Law, que nao quer assumir que vai sair com uma prostituta. Vc quer dizer como cada um se comporta diante do sexo?
Fala mais.

Leo|mascaro disse...

Exatamente Sá! A moralidade como traição, no relacionamento amoroso, na confiança profissional, na amizade...

O filme acaba sendo quase careta, certinho, porque quase nenhum dos personagens atravessa a linha da moralidade. Até mesmo o criminoso que tem todas as chances que voltar a fazer o mal, consegue se segurar e se endireita.

Não que eu acho que todo mundo deveria enfiar o pé na jaca, mas acaba ficando tudo bonzinho demais, sabe? Talvez aí esteja a falta de tensão no roteito que todo mundo tem criticado tanto...

sabrina. disse...

Adorei Leo!
Concordo muito, talvez seja um filme politicamente correto demais dentro de uma tema tão profundo!
Realmente o problema de 360 foi o roteiro...

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