quarta-feira

Trechos de "Ler, viver e amar em Los Angeles"



(...) "Há uma linha tênue entre discussões literárias interessantes e bobagem pomposa. É uma daquelas áreas onde ou você fica fascinado com algo que alguém tem pra dizer ou sente que se não calarem a boca naquele mesmo instante você vai estourar os miolos deles."

Isso é sensacional!!!!!

" Não, não gosto muito de viajar. Penso que é muito parecido com golfe ou tênis. Há determinadas atividades que as pessoas se sentem obrigadas a executar quando elas atingem um determinado status na vida. Prefiro ficar em casa e ler Morte em Veneza.

São em livros assim que vemos o quanto os autorescolocam de si nos seus livros...





Limpe a casa,
pendure as cortinas limpas
nas janelas
coloque um vestido novo
e venha comigo!
O olmeiro está espalhando
seus pãezinhos de doces aromas
vindos de um céu branco!

Quem saberá de nós
nos tempos vindouros?
Deixe-o dizer que havia
uma explosão de fragrâncias
dos ramos negros.
(Poema Canção de Amor, de William carlos Williams)
Vontade!
Palavra forte, mas que nem sempre diz tudo. temos vontade de alguma coisa, vontade de mudar...mas pra que, o que? dizem que basta ter vontade, mas quando a vontade nao basta? e quando temos vontade mas nao sabemos exatamente de que??? e ai???
uma força te move, ela existe,te excita, te faz querer ir p algum lugar, mas vc nao sabe exatamente que lugar!...que lugar?

que falta de verdade na vida!!!!

Críticas demais, julgamentos demais. As pessoas tem medo do que não é pra ter medo, medo de ser enganado, medo de ser passado pra tras, falta confiança, falta ver bondade no mundo! Falta generosidade, enxergar o lado bom das pessoas, gostar delas apesar do que saõ elas.
As pessoas querem viver numa redoma de vidro, blindada contra a própria essencia da vida, que não esta isolada lá dentro, está pulsando nas ruas, nos outros que vivem e convivem.
Porque ver maldade em tudo se a gente pode abrir nosso coração? confiar pra ver se pode confiar?!
cada vez mais me desiludo com algumas pessoas que gosto, que considero, mas que vivem sucumbidas pela hostilidade do mundo de hoje! São pobres de espírito, pobres de bondade gratuita! Porque julgar as atitudes dos outros em vez de olharmos pra gente no espelho? Porque é tao mais facil olhar pro outro, julgar o outro, desconfiar do outro? e nos hein? até que ponto nos questionamos, ate que ponto queremos mudar, crescer, aprender? Porque o ser humano tem tantos sentimentos, que nem sempre sao bons, e é tao dificil se enxergar traicoeiro numa simples brincadeira, hipócrita, é tao dificil enxergar nosso lado negro, que preferimos agredir o outro, transferir pro outro um olhar que é duro voltar pra si mesmo!
Porque as pessoas não querem mais ser boas gratuitamente! vivemos num mundo onde ter um iphone (sei la como escreve essa merda) é ser alguem. as crianças querem um iphone, onde vamos parar? nao sao as atitudes de alguem que mostram o quanto esse alguem é seu amigo, e sim onde ele vai, quem sao seus amigos, que escola estudam seus filhos, quem corta seu cabelo, enfim....
to desgostosa, mesmo! tenho me surpreendido com as pessoas, e nao sao surpresas boas...na verdade tenho me decepcionado.

segunda-feira

A alma boa de Set suan




Como podemos ser bons dizendo não? Como Chen Te não conseguia colocar limites nas pessoas que queriam se aproveitar do seu bom coração e generosidade se transformava num primo distante que vinha tomar conta de seu negócio e quem dizia não para as pessoas. Precisava "ser" outra pessoa para conseguir tomar atitudes que na sua pele não tinha forças para conseguir. O lado bom e o lado mal da cada ser humano, ninguém está livre de conviver com esse dilema. Até que ponto fazemos o bem sem nos machucar? Será que precisamos ser maus para termos alguma condição material? Fico pensando naquela história de que quanto mais damos mais as pessoas nos odeiam por estar dando, ou quanto mais damos, mais querem. No final da peça, (inédito, já que Brecht não escreveu o final) fica a questão para levarmos pra casa.

domingo

Em terra de cego, até que ponto quem tem olho é rei?


Um amigo sintetizou muito pra mim uma mensagem do filme, quando como sempre, saio meio tonta do cinema, elaborando todos os sentimentos e pensamentos que me vem na cabeça durante a projeção. Enquanto todos nós falávamos, ou tentávamos, nossas conclusões ele diz exatamente o que eu queria e não conseguia: ela se pergunta se ficou cega porque foi a única que nao passou pelo "aprendizado", pela experiência da cegueira total. É isso. Todos precisaram ficar cegos para dar valor a vida, ao outro. Uma visão bem otimista, de quem ve o lado bom da vida, e tal...tbem tive essa visão.
Mas hoje ouvi outro ponto de vista tão possivel quanto. provando que relamente ponto de vista é ponto e vista e pronto! Que assim como as baratas, os homens vão se adaptando a tudo sem se opor, estão na merda mas arrumam um jeito de viver, se conformando, aceitando calados... é o que temos, como diz uma amiga.
É bom ouvir o sentimento das pessoas quando saem de um filme, acho que deve ser exatamente isso que quer o diretor como resultdaso do trabalho dele, que o filme provoque algo em quem vê, sentimentos, bons ou ruins, mas fortes, reais.

quarta-feira

Eterna busca!




No Albergue Espanhol tudo gira em torno da amizade, descobrir o meio que o faz feliz, traçando seus objetivos de vida. em Bonecas Russas, a continuação, tudo gira em torno do amor, da busca pelo amor. E desfazendo, voltando atrás em várias decisões já tomadas, achando que era isso mesmo!
Nos dois ele está buscando, não sabe o que quer aos 20, e também continua sem saber aos 30. Questões tão reais e comuns de quem está tentando escrever sua história.

Olho de gato de Margaret Atwood


" ...Elas me surpreendem, sempre me surpreenderam. Quando eram pequenas, eu achava que tinha de protegê-las de certas coisas a respeito de mim mesma, o medo, as partes mais confusas do casamento, os dias vazios. Não queria passar para elas nada de meu que pudesse prejudicá-las. Nestas horas, eu me deitava no chão, no escuro, com as cortinas e a porta fechadas. Eu dizia, Mamãe está com dor de cabeça. Mamãe está trabalhando. Mas elas não pareciam precisar desta proteção, elas pareciam perceber tudo, encarar tudo de frente, aceitar tudo..."

"...Começo a passar períodos fora do meu corpo sem cair. Nestas ocasiões, eu me sinto fora de foco, como se houvesse duas de mim, uma sobreposta a outra, mas de forma imperfeita...Posso ver o que está acontecendo, posso ouvir o que estão dizendo, mas não tenho de prestar atenção. Meus olhos estão abertos, mas não estou lá. estou observando de fora."

"...Ó Deus permita que ele se abaixe!Um dia achei que seria capaz de matá-lo. Hoje só sinto uma leve tristeza por não termos sido um pouco mais civilizados um com o outro na época. Ainda assim, era incrível, todas aquelas explosões, toda aquela agressividade, toda aquela destruição em tecnicolor. Incrível e doloroso e quase mortal."

" Ela deve ter sua própria versão. Não sou o centro da hitória dela, porque o centro é ela. Mas eu poderia dar a ela algo que nunca se pode ter, exceto vindo de outra pessoa: como você é vista de fora. Um reflexo. Esta é a parte dela que eu poderia devolver para ela."



Trechos do livro...

segunda-feira

SHORTBUS





Ou ame ou odeie. nada conservador, desmistifica o sexo, vai além disso. pérolas de realidade e lucidez nos diálogos misturadas com Sodoma e Gomorra dos tempos atuais. O filme choca, mesmo os mais transgressores, desde logo vc já percebe que o sexo não é mais tabu há muito tempo, é um pano de fundo pra ouvir coisas de personagens no limite da trsiteza ou transbordando sensibilidade: "Andei lendo o que escrevi aos 12 anos, e hoje ainda espero pelas mesmas coisas", "É como nos anos 60, só que com menos esperança", assistir que uma mulher aos 30 nunca teve um orgasmo, um homossesual que não se entrega totalmente, uma dominatrix que quer ser cuidada, "dominada".
Gostei do que vi, é um filme que não passa impune. Mesmo pra quem vai odiar. Ou principalmente para eles.


Ganhou o Prêmio dos Produtores no Independent Spirit Awards;
Ganhou os prêmios de Melhor Roteiro e Melhor Direção de Arte, no Festival de Gijón;
Exibido na mostra Midnight Movies, no Festival do Rio 2007.

Lemon tree




é ótimo pra perceber a empáfia do Estado de Israel em relação ao povo árabe. Inclusive ponto de vista também de uma judia, personagem da esposa do ministro da defesa no filme. Que na minha opinião é um em cima do muro!

quarta-feira

Hoje, estou orgulhosa de mim, do meu caminho até aqui. Não que eu tenha feito coisas muito importantes na vida, ou alguma mudança significativa no mundo. mas da minha vida transparente, dos ombros leves que deveriam me fazer dormir rápido todas as noites mas que por outros motivos não acontece. é tão bom ter o coração livre, a mente aberta, a ausência de julgamentos...é tão bom saber que estamos no caminho certo da integridade, da verdade, que somos do bem, pessoas sem passado negro, nada pra esconder...quer ouvir? eu falo, tudo. só pra quem me interessa. um livro aberto, que pode ser consultado pelas pessoas que fazem a diferença!
mas é bom não ter nada engasgado na garganta, nada pendente pra falar pra alguém, nenhuma confissão dura, nenhum segredo inconfessável para um melhor amigo...hummm...tá dando uma vontade de beijar meu marido, ligar pra família, dizer que amo, ver os amigos, olhar pra lua e comemorar a vida...tão linda que está me parecendo, hoje.

segunda-feira

A ALMA IMORAL



(Adaptação do livro "a alma imoral" do rabino NILTON BONDER)

Se você não se sentiu nú, meio idiota, exposto em algum momento da peça é porque você não entendeu nada. Se não percebeu que traiu a si mesmo em algum momento é porque não viveu o suficiente a vida para ter questões, não se perguntou tanto a ponto de sentir solidão. E também foi bom perceber que não estamos tão sozinhos quanto achamos as vezes que estamos. Essa solidão é preenchida quando encontramos ao longo da vida pessoas que entendam do que você está falando.
Quantas vezes as pessoas vivem na moral e tradições e acaba traindo a si mesmos, o outro? Porque somos tão estúpidos em falar de traição no físico se a pior das traições é a falta de verdade com o outro e principalmente consigo mesmo?
A sociedade prefere as vezes a hipocrisia velada do que se expor a verdade, a alma imoral. É mais facil viver no conforto que transgredir, buscar o desconhecido, sair do útero da mãe e ir pro amplo. O amplo no primeiro momento não acolhe, mas transcende.
É tão mas fácil ficar no emprego estável do que tentar mudar, é tão mais facil aquele investimento que a gente sabe exatamente quanto vai receber dele, é tão mais fácil não correr riscos...riscos?? é mais seguro ficar onde estamos.
Mas sabe, transgredir nossos próprios limites compensa, muito. Acho que serve pra sentir mais sangue nas veias, mais vida. Acho que se podemos mesmo pedir alguma coisa para vida que peçamos gana para transgredir, transcender a nós mesmos, que como diz o próprio nilton bonder, será sempre vital para a continuidade da espécie.

quarta-feira

O mundo hoje tem de tudo mesmo. A internet realmente foi a revolução...
Como diz meu pai, eu morro e não acabo de ver coisa!
Fiquei sabendo que existe um site que se chama normal room, onde as pessoas normais, diz-se, colocam fotos das suas casas. Ai todo mundo vai entrando e deixa um comentário, nice place, looks good...Tive a curiosidade de saber se os brasileiros também aderiram, e simm, tem várias casas do Brasil em várias cidades.
E tem coisas legais no fim dascontas, no mínimo tiramos boas idéias para nossas casas. Mas que é engraçado é!





Estou adorando a série sobre a vida da atriz Jude Garland que está passando no gnt. Boografias sempre nos traz realidade, o outro lado da moeda. A Doroty do Magico de Oz foi uma menina talentosa manipulada pela mídia, nas mãos dos sempre poderosos da indústria do cinema. Se achava feia e era viciada em remédios para emagrecer, se diminuía, se comparava e nunca tava satisfeita com ela mesma. queria uma vida normal, casar, ter filhos,ser amada, mas também precisava da música, precisava dos aplausos, precisava se sentir viva, e era como se sentia viva, mas tudo isso vinha junto com grandes pressões da indústria, que a tratava como um objeto. Nada era inocente, nenhum abraço era inocente, só a garota Francis (era esse seu nome verdadeiro).


Ansiosa pelo final...

terça-feira


Resta, acima de tudo, essa capacidade de ternura
Essa intimidade perfeita com o silêncio
Resta essa voz íntima pedindo perdão por tudo
– Perdoai-os! porque eles não têm culpa de ter nascido...

Resta esse antigo respeito pela noite, esse falar baixo
Essa mão que tateia antes de ter, esse medo
De ferir tocando, essa forte mão de homem
Cheia de mansidão para com tudo quanto existe.

Resta essa imobilidade, essa economia de gestos
Essa inércia cada vez maior diante do Infinito
Essa gagueira infantil de quem quer exprimir o inexprimível
Essa irredutível recusa à poesia não vivida.

Resta essa comunhão com os sons, esse sentimento
Da matéria em repouso, essa angústia da simultaneidade
Do tempo, essa lenta decomposição poética
Em busca de uma só vida, uma só morte, um só Vinicius.

Resta esse coração queimando como um círio
Numa catedral em ruínas, essa tristeza
Diante do cotidiano; ou essa súbita alegria
Ao ouvir passos na noite que se perdem sem história...

Resta essa vontade de chorar diante da beleza
Essa cólera em face da injustiça e do mal-entendido
Essa imensa piedade de si mesmo, essa imensa
Piedade de si mesmo e de sua força inútil.

Resta esse sentimento de infância subitamente desentranhado
De pequenos absurdos, essa capacidade
De rir à toa, esse ridículo desejo de ser útil
E essa coragem para comprometer-se sem necessidade.

Resta essa distração, essa disponibilidade, essa vagueza
De quem sabe que tudo já foi como será no vir-a-ser
E ao mesmo tempo essa vontade de servir, essa
Contemporaneidade com o amanhã dos que não tiveram ontem nem hoje.

Resta essa faculdade incoercível de sonhar
De transfigurar a realidade, dentro dessa incapacidade
De aceitá-la tal como é, e essa visão
Ampla dos acontecimentos, e essa impressionante

E desnecessária presciência, e essa memória anterior
De mundos inexistentes, e esse heroísmo
Estático, e essa pequenina luz indecifrável
A que às vezes os poetas dão o nome de esperança.

Resta esse desejo de sentir-se igual a todos
De refletir-se em olhares sem curiosidade e sem memória
Resta essa pobreza intrínseca, essa vaidade
De não querer ser príncipe senão do seu reino.

Resta esse diálogo cotidiano com a morte, essa curiosidade
Pelo momento a vir, quando, apressada
Ela virá me entreabrir a porta como uma velha amante
Mas recuará em véus ao ver-me junto à bem-amada...

Resta esse constante esforço para caminhar dentro do labirinto
Esse eterno levantar-se depois de cada queda
Essa busca de equilíbrio no fio da navalha
Essa terrível coragem diante do grande medo, e esse medo
Infantil de ter pequenas coragens.



o haver
in "Poesia completa e prosa: "Poesias coligidas""
Vinicius de Moraes

Pra sempre Vinicius...

"Senão é como amar uma mulher só linda
E daí? Uma mulher tem que ter
Qualquer coisa além de beleza
Qualquer coisa de triste
Qualquer coisa que chora
Qualquer coisa que sente saudade
Um molejo de amor machucado
Uma beleza que vem da tristeza
De se saber mulher
Feita apenas para amar
Para sofrer pelo seu amor
E pra ser só perdão"

segunda-feira

Livrinho bom....




O livro tem quase 600 páginas mas você lê tão rápido, porque é daqueles que você quer saber o que vai acontecer, diz que só vai ler mais um capítulo antes de dormir e não consegue, lê mais cinco. É um thriller, best seller, pra quem não gosta, paciência, mas eu gosto de alguns e esse é um dos melhores suspenses.

E o mais legal é que a escritora constrói muito bem suas personagens, incrivelmente bem. Ela não precisa dizer muita coisa pra irmos percebendo características da personalidade das meninas.
Não lembro quem me indicou, que pena, mas veleu a leitura!

fuçando sem pararrrr

Blog do filme
http://nomepropriofilme.blogspot.com/

Blog do Pedro Almodovar!!!! sensacionalllllllllllllllllllll
http://www.pedroalmodovar.es/PAB_ES_07_T.asp

Blog da Leandra Leal
http://alicemepersegue.blogger.com.br/

Nome Próprio

» Direção: Murilo Salles» Roteiro: Melanie Dimantas, Elena Soarez, Murilo Salles, Clarah Averbuck (romances)» Gênero: Drama» Origem: Brasil» Duração: 130 minutos» Tipo: Longa» Trailer: clique aqui» Site: clique aqui
» Sinopse(Cine Palyers): A história de Camila, uma jovem mulher empenhada em se tornar escritora. Sua vida é sua narrativa. Camila é intensa, corajosa e quer a sua literatura como um ato de revelação. É um filme sobre a paixão de Camila e seu esforço para bancá-la. Sobre uma personagem feminina que encara abismos e retira disso a força que necessita para existir.



"Eu prometo organizar o caos que eu sou. O problema é que eu fico achando que caos é ordem"

Acho que ela só queria ser amada, se sentir amada, amparada, pra poder voar, pra poder escrever o livro que ela tanto queria. Acho que realmente existem pessoas que funcionam melhor quando estão numa relação estável, se sentem mais seguras.
Mas acho que a Camila se expõe o tempo todo e muitas vezes não se dá valor. Se ama pouco, se sujeita a todos os tipos de situações que no fundo fazem mais mal, não se prende e não dá valor às pessoas. Perder uma amiga, foda-se. Ela reconhece que quem perdeu foi ela, mas também vira a página e pronto. Mas é atormentada, não é fria, tem sentimentos, só não consegue organiza-los, entendê-los.
Ela busca as palavras, mas não vêm, tenta organizar os pensamentos mas não consegue. Ela precisa deixar transbordar o que tá preso.
Camila se esconde atrás da vida virtual e não se importa de ter essa vida totalmente exposta na rede. O fato da sua vida sexual está escancarada pra quem quiser ver não faz a mínima diferença pra ela. Até que ponto podemos fazer de um blog um diário?
As pessoas acham que estão protegidas pela tela, estão em casa, seguras e por isso podem escrever o que quiserem, mas será? Confesso que acho interessantíssimo escrever aqui, principalmente pra mim que adoro discrição, segredos, mistérios, é também uma forma de mostrar um pouco meus pensamentos. Mas sabe, muitas coisas prefiro deixar nos meus diários, sim!

Mais uma coisa legal do filme?
várias cenas são rodadas no nosso mundinho boêmio. Milo e casa belfiore são locações do longa. A noite do filme é tão nossa, tão real, a personagem poderia muito bem ser uma colega de turma.

New York vintage

Hoje eu descobri o mundo que existe de coisas vintage. As feiras de NY. Tem feiras de tudo, pra todo tema que a gente quiser ver. Propaganda antiga, filmes, peças de teatro, móveis, roupas. Tem uma só de roupas, acessórios e tecidos! TECIDOSSSSSS...faz roupa, reveste sofá, faz almofada, encapa mesa, cortina...que vontade!!! Vontade de passar Setembro, Outubro e Novembro em imersão naquela cidade. Porque simplesmente é impossível decidir em qual ir, todas devem ser interessantíssimasssss.

Era uma vez


Fui pro cinema esparando uma história de amor, com o drama da diferença de classe social, o preconceito dominando e tal. Tinha ouvido a entrevista com o diretor Breno Silveira no Trip Eldorado, ele contando do empenho do ator Thiago Martins pra conseguir o papel, era o papel da vida dele porque era o que ele vivia, ele tinha vindo do morro, viveu tudo aquilo. Só que ele não queria porque dizia que o ator já tinha virado celebridade da globo. Então o garoto tomou sol até ficar com a pele esturricada, raspou o cabelo pediu pra fazer o teste e levou o papel. O diretor não teve como dizer que o papel não era dele. E era! Ele simplesmente deu um show!

Tinha a história de amor, linda, inocente, comovente, que faz a gente pensar, mas tinha muito mais que isso. Você fica inquieto, mexe com a gente, porque é muito a nossa realidade, que a gente não quer ver porque machuca, faz sofrer. Faz chorar. Eu chorei. Chorei de emoção, de tristeza, de surpresa, de indignação, de raiva, de respeito. A cena que Dé está no restaurante com a namorada, o pai dela e aparece o ex-namorado da garota é forte. A dignidade está estampada na cara daquele garoto. O orgulho que ele tem da vida dele emociona. Até o medo de chegar perto do amor platônico dele nos enche de compaixão.

Esse filme nos faz refletir, nos sentir responsáveis de alguma forma. O filme não é nada previsível, é forte do começo ao fim, como a nossa realidade.
SINOPSE DA MÍDIA:
“Era uma vez...” conta a história de um amor verdadeiro entre uma menina rica do asfalto e um rapaz do morro. Vizinhos em realidades diferentes, Dé e Nina se conhecem em campo neutro, a Praia de Ipanema, e acabam se apaixonando profundamente. Para ele, é o primeiro amor e à primeira vista. Para ela, a descoberta de uma pureza e uma sensibilidade raras. Juntos, os dois experimentam as alegrias, emoções e dificuldades de viver um amor tão grande quanto improvável para uma sociedade que alimenta preconceitos velados.

quarta-feira

Paraíso Perdido

ENTREVISTA COM CEES NOOTEBOOM
MESA DE NOOTEBOOM NA FLIP 2008
SITE ESPECIAL DA FLIP 2008


Cees Nooteboom é talvez o maior escritor holandês vivo. Foi um dos principais convidados dessa última Flip, onde fez sucesso junto ao público, numa conversa com o colombiano Fernando Vallejo. Sempre lembrado para o Nobel, ele chega ao Brasil com seu novo romance "Paraíso Perdido", o quarto publicado por aqui, país que ele conhece bem, de outros carnavais. O livro segue os passos de Alma, uma estudante paulistana de história da arte com gosto particular pela representação dos anjos. Um dia, sem motivo parente, vai à favela Paraisópolis, descrita, apesar do nome, como o inferno na terra, e seu carro enguiça. A descrição se justifica: Alma é estuprada por uma nuvem difusa de indivíduos. Obcecada por anjos, caiu nas garras de demônios. Perdeu seu paraíso. A epígrafe de Milton, utilizada no início do primeiro capítulo, em que Adão e Eva são postos para fora do Éden, ressoa como realidade nua e crua.Alma voa para a Austrália com sua amiga Almut, em busca de reencontrar seu paraíso. As duas são o oposto uma da outra: Alma é pequena, mignon e introvertida; Almut, por sua vez, parece-se com uma valquíria germânica, com peitos e altura enormes e um bom humor invencível. Alma se envolve com um aborígine, autor de pinturas fascinantes, enigmáticas. Mas que é também, por sua vez, enigmático, impenetrável, difícil. A amiga Almut, com seu pragmatismo, puxa Alma das mãos desse falso anjo para a terra. Depois de uma experiência como massagistas, ambas acabam aceitando um emprego curioso: num festival cultural, devem se fantasiar de anjos e espalhar-se pela cidade, colocando-se em pontos estratégicos, para que os turistas tentem encontrá-las. Quando isso acontece, devem suportar todo tipo de provocação em silêncio (talvez seja isso o que fazem os anjos, afinal: suportam nossa estupidez).Corte brusco para um avião. Estamos agora na segunda parte do livro, onde troca-se de personagem a seguir. No lugar de Alma entra Eric Zondag, um crítico literário famoso por destruir impiedosamente reputações de escritores. Ele (ou talvez o próprio autor, não fica claro) vê uma bela moça lendo um livro e, tentando adivinhar o título, acredita ser esse o livro, justamente o que nós leitores temos na mão. A metalinguagem, no entanto, é muito por conta do estilo ao mesmo tempo fluente e refinado de Nooteboom, onde nada é o que parece ser, mas tudo se encaixa, passa como se fosse algo simples, natural, e não um jogo intelectual.Um rabugento clássico, e também um alcoólatra, Zadong é convencido por Anja (mais um anjo), sua namorada saudável, 20 anos mais jovem, a internar-se numa clínica para se recuperar. A princípio contrariado, vê-se num ambiente asséptico, em que pouco é permitido e a frugalidade é a maior virtude - ou seja, uma caricatura do Paraíso eterno, tedioso.
Quando começa a aceitar as regras anódinas do lugar, sua massagista habitual é trocada. No lugar, reconhece as mãos de Alma, surpreendentemente fortes num corpo tão diminuto, sob as quais estremece. Três anos antes, ele a havia encontrado, vestida de anjo, naquele festival em Perth, na costa oeste da Austrália, para onde tinha ido convidado de um encontro literário (o festival existe de fato - Nooteboom esteve lá em 2000). E havia se apaixonado perdidamente por esse anjo (embora os anjos não tenham sexo, como reclama Almut). Do encontro inesperado, Nooteboom expõe sua filosofia peculiar (bem, expõe o tempo todo, sem prejuízo da fluência) e tira conclusões que se negam na mesma medida em que se afirmam, como as próprias ondas da vida.J. M. Coetzee (será coincidência que ambos tenham dois ee seguidos no nome?), o escritor sul-africano vencedor do Nobel, autor de "Desonra", entre outros, ficou bem impressionado com o livro, descrevendo a escrita de Nooteboom como "vertiginosa". O que de fato é, mas de modo a não perturbar o leitor. Ou melhor: "Paraíso Perdido" é um livro essencialmente perturbador, mas que provoca prazer. Segue as premissas de Italo Calvino: é curto e com vários capítulos. Em certo momento o Paraíso é descrito como o lugar onde não há mal-entendidos, não há desavença, não há discórdia, elementos essenciais à literatura. Portanto o livro de Nooteboom é uma defesa da narrativa. Ou uma visão, dentre as muitas possíveis, do próprio ofício literário.

# Texto de Daniel Benevides extraído do caderno diversão e arte do site http://www.uol.com.br/

Dobradinha de cinema

Adoro quando dá pra pegar duas sessões consecutivas de cinema. Adoro chegar na bilheteria e já comprar as duas entradas e depois é só sair de uma sala e entrar na outra. Os filmes foram "Uma garota dividida em dois"(França, 2007) e "Quem disse que é facil?"(Argentina/Espanha,2007). os dois são bons e valem a pena!

O primeiro tem um final besta, mas o filme todo é bom e surpreende. Só não entendo como Gabrielle (Ludivine Sagnier) pode interferir tanto no destino do playboy mimado falando alguma coisa, afinal a verdade é a verdade. O diretor é famoso e o filme era esperado, quem conhece bem cinema vai querer ver.
O segundo nos mostra como é possível duas pessoas totalmente diferentes viverem juntas. Um homem metódico, pessimista, preconceituoso, blindado por valores superficiais e uma mulher que viveu 15 anos viajando pelo mundo, fotografando, conhecendo pessoas e se livrando de qualquer julgamento ou preconceito. Tanto que está gravida e não sabe quem é o pai. Difícil, mas a gente sai cheios de esperança de que o amor vence qualquer barreira.



Direção: Claude ChabrolElenco: Ludivine Sagnier, François Berléand e Benoît MagimelSinopse: Uma jovem de 25 anos se envolve com um escritor casado, bem-sucedido, e com o dobro da sua idade. Ao mesmo tempo, porém, ela mantém um relacionamento com um rapaz milionário, belo e irresponsável.Novo filme de Claude Chabrol, estrelado por Ludivine Sagnier, uma das mais talentosas e requisitadas jovens atrizes do cinema francês.




Direção: Juan TaratutoElenco: Diego Peretti, Carolina Peleretti e Laura PamplonaSinopse: Um homem solteiro, solitário e obcecado por sua organização pessoal, apaixona-se por sua nova vizinha, uma fotógrafa bonita e desorganizada que se descobre grávida, mas não sabe quem é o pai da criança.Nova comédia romântica do mesmo diretor de Não É Você, Sou Eu.



terça-feira

Let´s do it. Let´s fall in love.


Tem certos filmes que fazem meu coração bater mais forte. E normalmente são filmes que contam a história da vida de alguém, mostram costumes de uma certa época. Se for década de 20, na época dos saraus de música, literatura, melhor ainda. Me sinto apaixonada, um turbilhão de emoções passam pelo meu corpo e tenho vontade de fazer com que aquelas cenas, diálogos fiquem gravados em mim, que façam parte da minha essência pra sempre, para lembrar como se fossem minhas memórias.
Tô falando isso por causa de De-lovely. Esse homem deve ter sido o galã da época. Me diz o que é Kevin Kline no papel de Cole Porter, com um figurino charmosíssimo, bem mais interssante do que hoje em dia, não?
Me apaixonei pelo casal que faziam, pelo amor que os uniu. Tem uma hora no filme que ele diz que ela o construiu e se pergunta o que ele deu em troca. Mas ela não poderia estar em outro lugar, quando diz: - não precisa me amar como eu te amo, basta me amar. É tão incondicional...
Uma história linda, de uma amor lindo e verdadeiro!

segunda-feira

Dia de chuva




" Estava eu em um de meus dias injuriados


com a chuva que não cessava


pensei forte: - Se está mesmo do meu lado


então faz parar de chover agora


e faz um sol aparecer na minha frente.


Parou de chorver e saí a andar na praia.


Caiu o maior toró de todos e


eu fiquei um pinto molhado,


andando debaixo daquele aguaceiro e


lembrando da minha arrogância"

quinta-feira

Meus últimos cinemas


É tão bom quando a gente sai do cinema gostando do que viu. Não tem nada mais irritante do que sair de casa pra ver uma bomba! Apesar do que acho que todo filme tem alguma mensagem, alguma coisa boa que podemos tirar como lição. Não gosto de crucificar um filme como os críticos que acordam de mau humor num determinado dia e caem em cima de um pobre diretor que deu de tudo pro projeto ir pra tela. Sempre tem um trabalho árduo que deve ser olhado! Acho que funciona assim: um crítico assiste ao filme, detecta alguma coisa nele, consciente ou inconscientemente, e se aquilo não é bem resolvido dentro dele e acaba com o filme na crítica. Freu explica!!!
Acho que os críticos deviam realmente fazer críticas, entender o filme, procurar pesquisar o que o diretor queria dizer com o filme, e ai saber se ele conseguiu dizer o que pretendia. Enfim...por ai...algo mais profundo do que simplesmente um parárafo irritado.

Bom...
esses dois de cima valem a pena!
Natureza me fez sair acabada do cinema, tive que ir pra casa e passei 3 dias pensando muito nele e lendo tudo que escreveram sobre ele na internet.
O Outro lado faz a gente pensar, mas bem mais leve, você não sai transtornado do cinema. Sai apenas pensando na vida...

terça-feira

Blog de "Blindness"


Ontem descobri o blog do Fernando Meirelles sobre o filme `Ensaio sobre a ceguerira´, adaptação do livro do autor José Saramago, prêmio Nobel de Literatura, para o cinema.
Lá ele fala sobre o seu processo criativo, o processo dos próprios atores criando particularidades do seu personagem, os contra-tempos de filmagens, os medos e anseios do test screening, preparação do elenco, enfim...tudo sobre a saga que é dirigir um longa.
Percebi que ele é um diretor que dá muita liberdade para a equipe, principalmente para o elenco que ele escolhe. Aceita muitas idéias e provavelmente deve acreditar que essa criação conjunta é essencial para um resultado mais real. Sou fã desse cara!

http://blogdeblindness.blogspot.com/

segunda-feira

O Conto do Amor - Contardo Calligaris


o livro é fininho, li em 3 dias, mas vale a pena! Sem contar que passa na Itália, em Florença na maior parte, com todas as piazzas a que o livro tem direito. Vc se imagina lá. O ponto de vista é masculino, mas ainda assim consegui me identificar com a Nicolleta.

A história é a seguinte: Antes de morrer o pai de carlo diz pra ele que tem certeza que foi ajudante de Sodoma, um pintor da renascença que pintou os afrescos de uma mosteiro. Ele fica com essa revelação guardada por 1o anos, quando resolve seguir os paços que o pai deu quando jovem, nos anos 30, período que ele disse descobrir sua vida passada.

quinta-feira

Bossa nova com Carlos Lyra

A mesa sobre bossa nova passou rápido demais. Quando estava ficando ótima teve que acabar. Carlos Lyra é alto astral, espírito jovem e muito engraçado. Definiu rapidamente a bossa nova como a união entre forma e conteúdo. Num primeiro momento eles zelavam pela forma, onde a harmonia e melodia eram construídas com critério, o que nunca foi abandonado. Até um segundo momento onde as letras começaram a ter um conteúdo maior, letras mais profundas que apenas falar de flores e amores como ele diz.
Depois contou histórias, como anoite mico de novembro de 1962 no Carnegie hall em Nova York, fazendo todo mundo soltar muitas gargalhadas. Desmistificou a lenda de que a bossa nasceu no apartamento da Nara Leão. "Isso diminui a bossa nova...e a Nara". Ele soltava " Sem crítica não há debate" e falava...contava casos...Falou de Tom Jobim, João Gilberto, Vinícius, Roberto Bôscoli, Menescal, da influência de Cole Poter, Frank Sinatra, do significado do jazz para eles naquela época. " A Bossa Nova não foi um movimento como o Tropicalismo, não tínhamos nenhuma intensão maior do que fazer música, sair com as garotas e ir à praia".

Estava lançando em Paraty o livro a bossa e eu, que escreveu ao longo dos últimos 10 anos.

terça-feira

Flip

No primeiro dia da feira meus olhos molhados já me denunciavam. "Estou adorando mesmo estar aqui!".
Pra começar qualquer lugar que exista uma energia forte já mexe comigo, misturada com uma feira de livros, meu coração só podia bater mais rápido.
A exposição sobre a bossa nova estava linda e bem feita. Dava pra imaginar aquelas reuniões na casa da Nara Leão, onde a turma passava as noites fazendo música, compondo verdadeiras poesias. Ou os saraus na casa do maior poeta de todos, Vinicius de Moraes. Tem uma foto ótima, que estão ele, Chico Buarque e Tom Jobim deitados em cima de uma mesa, num astral maravilhoso, olhando pra cima, numa comemoração de aniversário do Vinicius.
Não consegui terminar a exposição naquela hora, tive que correr pra mesa de abertura sobre Machado de Assis, o homenageado do ano na Flip.
Para terminar tudo isso teve show do Luis Melodia, que requebrou, sambou e a galera aplaudia sem parar. Uma revelação pra mim foi o show de abertura, o cantor Luiz Perequê fez todo mundo gritar quando foi anunciado. Com um batuque instigante falava sobre o mar, passarinhos, natureza, o negro, o índio, a cultura brasileira.
Foi lindo!

# A flip aconteceu de 02 a 06 de Julho em Paraty.
Depois de muito tempo to voltando a escrever nesse blog. Ele mudou de nome, mas nao mudou de intenção, que é falar de coisas que realmente fazem a diferença na minha vida e sem elas eu seria incompleta.
Sem maiores pretenções, é apenas um espaço pra compartilhar um ponto de vista, idéias....um jeito particular de ver o mundo.

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