quarta-feira

A festa da insignificância é um livro de Milan Kundera



A festa da insignificância. A festa da superficialidade. A festa do sensacionalismo. Posso chamar de muitas formas. O título do livro de Milan Kundera não pode ser mais atual. Imagino ele, vendo a sociedade de hoje, do alto dos seus férteis 85 anos. Nos que nos transformamos?
Bem, a ciência avança enlouquecidamente, a internet globalizou tudo, a informação chega em segundos a quem se interessar. Temos liberdade total (será?) de imprensa, ou seja podemos teoricamente falar o que pensamos.
Só que ironicamente não falamos.
Porque hein?
Porque não temos nada para falar.
Porque ninguém pensa mais, e também não está interessado em tal. Nossa cultura virou entretenimento e as redes sociais estão alienando os seres humanos.
Esses filmes que chamamos de ficção científica, chatos pra burro, que os americanos adoram fazer, nada mais são do que pedidos de socorro. Só que ninguém percebe, somos zumbis, andando pela rua e fazendo tudo mecanicamente. Como diz Kundera no livro, somos marionetes - "sob o domínio de uma grande vontade as pessoas acabam acreditando em qualquer coisa!". Só que nossas crenças estão iludidas pelo consumo, pelo prazer, pelo superficial. Pela insignificância. É uma pena que essa 'grande vontade' esteja equivocada, esteja fundamentada em valores efêmeros.
As redes sociais respondem à altura. Quem consegue analisar o que está acontecendo se desconsola. As pessoas trocam likes! Sim...as pessoas trocam likes. Se não fosse trágico seria cômico, não que eu não tenha rido alto, já que venho de uma família que consegue achar humor até nos momentos mais duros, mas não é triste você ler na legenda de uma foto, curta dez fotos minhas que curto quinze suas?
Outro exemplo.
Poste no facebook a resenha de um clássico da literatura atual e poste fotos suas fazendo pose o dia inteiro e me diga qual será mais comentado.
É isso aí. Quanto mais espetacularizarmos nossas vidas mais likes receberemos.  O termômetro da nossa sanidade mental. Chegamos a um ponto de desespero tão grande que precisamos desse aval social de que somos bacanas, para a vida fazer sentido.
Sem ele, tudo é vazio.






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