quinta-feira

Cópia Fiel, 2010 (Copie Conforme, de Abbas Kiarostami)


Cópia Fiel quase passou sem que eu conseguisse ir assistir. Simplesmente adooro Juliette Binoche. A linda, suave e excelente atriz de Blue Velvet está incrível. Ela atua de maneira tão natural que chega a ser muita areia para um filme de qualquer diretor. Digo isso porque se o texto é fraco, se o roteiro nao tem nuances, detalhes, nao precisa de uma atriz como Juliette. Ela diz muito com apenas um olhar, uma expressão...Binoche já ultrapassou a técnica, a arte de atuar já faz parte dela.
O filme de Abbas Kiarostami é o complexo paralelo entre a análise de um crítico de arte do significado do original e da cópia de qualquer obra de arte - relativizando o que é ser original, nos obrigando a ver que a cópia fiel pode acabar se tronando original - e a relação entre um homem e uma mulher - onde você acaba se perdendo no decorrer do filme se aquele casal é de fato um casal ou estão interpretando a cópia fiel de um casal que está em crise.
Uma determinada cena me fez lembrar um plano da sequência do sonho de Morangos Silvestres de Ingmar Bergman, quando uma câmera chapada e estática descansa num paredão e o ator caminha no plano. Talvez Kiarostami tenha bebido da fértil e poderosa fonte do diretor sueco.
Com diálogos densos, extensos e profundos é um filme para ver e rever algumas vezes; daqueles filmes que sempre vão nos presentear com algum novo argumento, algum novo insight.


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