segunda-feira

Triângulo Amoroso, 2011 de Tom Tykwer




Como serão as relações daqui para frente? O conceito formal de casamento ainda caberá nos próximos anos? Essas questões são lindamente abordadas em Triângulo Amoroso, novo filme do alemão Tom Tykwer, diretor de Corra Lola, Corra, Paris eu te Amo e do também incrível, Perfume. No longa ele reflete sobre a necessidade que o ser humano tem de se rotular, se enquadrar, de se sentir obrigado a fazer escolhas, enquanto pode viver experiênciass não excludentes umas da outras.
Um casal que está há 20 anos juntos, vive um vazio no casamento. Apesar da enorme cumplicidade que existe entre os dois, nao há mais tesão, a vida sexual é morna. Nesse contexto, por forças do destino, se encontram com o mesmo homem, e se envolvem sem que um saiba do outro. São um casal moderno, vivendo em Berlim, uma cidade também moderna, onde casamentos possessivos, do tipo que casais são blocos, parece estar entrando em extinçao. Sao um casal que, apesar de serem casal, têm suas vidas individuais, têm espaço para viverem seus dilemas, sofrerem suas perdas, sabendo que têm um ao outro. Ela é apresentadora de um programa de tv, ele um engenheiro de obras de arte, acabam cruzando esse homem em comum, um geneticista solitário, seguro de si, mas que, por algum motivo, não costuma manter seus relacionamentos. A partir da relação que cada um mantém com esse cientista, a relação dos dois muda, se percebem diferente, o casamento se renova na cama. Eles só não imaginam que estão apaixonados pelo mesmo homem.
Questões como rótulos, ser gay ou nao ser gay, ou ter que seguir padrões sociais para seguir achando que somos normais, são abordadas tanto pelo ótica da mulher, como pela do homem do casal. Ambos se vêem obrigados a questionar seus dogmas, se perguntando porque não podem viver o que no fundo estão querendo viver, o que o destino sem querer os fez viver.
O filme é bonito, aborda tudo de forma muito leve, engraçada. Apesar das pessoa no cinema saltarem correndo da cadeira antes que as luzes se acendessem, ninguém saiu no meio da sessão como já vi nas salas de cinema, quando o filme é transgressor demais. Talvez seja um indício de que o brasileiro esteja mais relaxado, que as pessoas estejam aceitando realidades fora dos padrões estabelecidos há anos.  Talvez comecem a pensar que um homem escolher ter uma relação com outro homem nem sempre significa que ele queira ser mulher, ou que tenha um lado feminino transbordando dentro dele. Ele pode ser muito masculino e ainda assim querer ter uma relação com outro homem. Aliás o alemão loiro é um gato e extremamente másculo.
Sem dúvida é um filme para ampliar horizontes em relação a antropologia. É um filme que pretende nos levar a um outro nível na evolução como sociedade. Passando por cima da homofobia e da bandeira homossexual, que também é excesso. Sendo, apenas, e somente apenas, as opções sexuais de cada um.
E nada como a arte para cumprir esse papel!!

8 comentários:

Lud. disse...

Me convenceu. Quero muito assistir. Qual seria o titulo original do filme? Também gostei muito de Perfume (filme), mesmo se o livro de Suskind continua inigualavel pra mim.

Lud. disse...

Drei?

sabrina. disse...

Drei é o título do filme em Alemão!

Lud. disse...

ok. Vou procurar por aqui. bj

Leo|mascaro disse...

mais um ótimo texto Sá! gosto muito do seu estilo!

o filme então, nem se fala!!

bjos!

sabrina. disse...

Obrigada querido Leo!

Lud, depois me conta o q achou!

bjs aos 2!

Nathália G. disse...

Olá Sabrina!

Eu não sei por onde começar.. Eu sei que não deveria estar falando isso nesse post. Eu li um post seu de Novembro e se mandasse a mensagem por lá, você provavelmente não iria ler. Ou ia ?

Enfim, eu me arrepiei com sua resenha sobre Casados com Paris. Você é uma das muitas mulheres que conheci que nutre uma admiração por Hadley. É muito difícil conhecer alguém que tenha lido o livro e não se encante, ou melhor, se INDENTIFIQUE com ela.

Na realidade me indentifiquei com você quando mencinou que chorou muito ao ler o livro e eu sei o que é isso. Eu levei meses para ler. Começava, lia 5 capítulos e chorava sem parar. Voltava a pegar na leitura só no mês seguinte. HAHAHA
Eu não conhecia Ernest Hemingway. Agora sei que foi um escritor muito famoso e que tem muitos livros realmente bons, mas quem rouba a cena da Casados com Paris definitivamente, é Hadley.
E a gente acaba por tomar as dores dela, o sofrimento dela é muito vívido que quase senti. Acho que até senti. Qual mulher não senti dores por um realacionamento que não deu certo.

Eu passei a admirá-la muito e fico feliz em ver pessoas que pensam da mesma maneira que eu.

Então, desculpe falar de um assunto totalmente aleatório em uma postagem sua.
Só queria parabenizá-la pela resenha fantástica.

Beijos,
Nathália.

sabrina. disse...

Olá Nathália,

Não se preocupe em escrever em outro post. O importante é vc ter escrito!
E sim, você pode escrever em qualquer post, mesmo que do ano passado, que recebo um email dizendo q alguém escreveu ali. : )

Obrigada pelo carinho nas palavras. Casados é um livro incrível mesmo, mulher guerreira era aquela não? Acho que choramos muito por nos identificar com Hadley, mas muito também por admirar tamanha coragem diante da vida!
Ao contrario de vc, fui ler o livro porque me interessava pelo Hemingway, pela geração perdida, mas depois do livro virei fã é dela! rs

Lembrando do livro, acho que no fim das contas, ela foi muito feliz, e nada arrependida pelo que viveu com ele.
Ele foi em parte responsável pela mulher q ela se tornou! E acabou arrependido e achando que tinha deixado passar o verdadeiro amor da sua vida!

Um beijo pra vc, e venha escrever sempre que quiser!

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