terça-feira

O Mestre | The Master, 2013 de Paul Thomas Anderson





Entre tantos filmes favoritos ao Oscar do último mês, me chamou atenção o secundário O Mestre. Pouco comentado, o filme de Paul Thomas Anderson tem muito o que fazer pensar. As aventuras de Pi do Ang Lee foi o queridinho sobre o tema, mas é aqui, no longa de Anderson, que se questiona verdadeiramente a fé.
Primeiro ponto. Dois homens que carregam a mesma história de vida, frutos de uma guerra sofrida, constroem para si vidas opostas. Um progride, o outro perambula no limbo. Como, saindo do mesmo lugar, podemos traçar caminhos tão opostos? Nós somos os únicos responsáveis por construir uma vida que nós possamos amar, os únicos responsáveis por encontrar o nosso certo, o nosso sentido para tudo e o livre arbítrio é nossa maior dádiva, mas também pode ser nossa própria bancarrota.
Sim, o personagem de Philip Seymour Hoffman está completamente perdido, muitas vezes não sabe o que esta fazendo, mas de alguma forma está fazendo, de alguma forma está progredindo, construindo o encontro com alguma coisa que ele acredita poder existir. E sua tentativa de ajudar, dentro de uma seita improvável, é genuína. Ele acredita que é preciso acreditar em alguma coisa, qualquer coisa, para conseguir viver. Enquanto o personagem do incrível Joaquin Phoenix, continua parado no mesmo drama pessoal. Que fique claro, não questiono aqui a veracidade do que ele prega, nem a qualidade da sua religião, e sim a capacidade de um homem acreditar em alguma coisa maior e disso criar recursos para viver bem. Ele é um pilantra? Sim, me parece que é. Em um determinado momento uma discípula o questiona, veemente, e vemos o quanto ele também tem dúvidas, claro que tem!
Por último, pobres são os fanáticos, que não possuem frieza para questionar. As religiões estão aí, buscar uma verdade interior é apenas o caminho. E ter mais perguntas que respostas sempre foi o que moveu o homem.



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