Livro leve, gostoso de ler. Zuenir provavelmente temperou suas memórias com alguma ficção para nos contar a vida numa cidade do interior do Rio de Janeiro na época de Getúlio Vargas.
Nos anos 40 o Brasil ainda era um país bem provinciano. Não que não seja ainda em muitos casos, mas na cidade de Florida as moças casavam virgens e não podiam namorar no banco da praça, nem tampouco sair de mãos dadas com o namorado porque podiam ser malfaladas, e essa condição acabaria com qualquer reputação, condenando a pobre moça a morrer solteirona, porque homem nenhum iria manchar a honra com uma mulher indecente.
Manuéu, médico bem sucedido, herói do nosso livro, nos conta de forma muito bem humorada suas memórias daquela cidade tão peculiar, onde a neblina escondia os namorados e onde o sol brilhava chamando os turistas para o verão. Ali vivera a infância e os primeiros anos da juventude. No começo ia nas férias para ficar na casa da tia Nonoca, depois seus pais se mudaram para Florida com ele. Tia Nonoca era uma mulher viúva de 37 anos que precisava manter a aparência de mulher honesta, enquanto ardia de tesão por dentro. Criou duas filhas com a mesma convicção, precisavam encontrar bom casamento e cuidar para não cair em tentação. Bem, as coisas não saíram exatamente como tia Nonoca gostaria.
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