Marie acorda no dia do seu aniversário de 41 anos e descobre que perdeu a memória dos últimos quinze anos. É uma executiva de sucesso, famosa, arrogante e está a beira do divórcio, mas sua última lembrança é do fim de semana em que conhece seu marido e se apaixona por ele, as vésperas de fazer a entrevista de emprego que mudará a sua vida.
A partir daí ela vai tentar descobrir quem é, que papel ocupa no mundo, quem são todas aquelas pessoas a sua volta. Descobre que se tornou alguém completamente diferente do que imaginava ser, alguém que definitivamente ela não gosta e tampouco sabe como se comportaria se estivesse em sã consciência. É como se ela pudesse sair do corpo para analisar a vida que tinha escolhido viver, só que esquecendo de como chegou até ali.
Esta tão refém dela mesma, tão condenada naquele entorno que não consegue resgatar seu ideal. Quer amar o marido mas descobre que já colocou tudo a perder há muitos anos. Vai desesperadamente tentar reconquistá-lo, reconquistar o que abriu mão sem saber como.
Durante esses anos se perdeu no poder, no trabalho, no ciúme. Perdeu o convívio com o filho, brigou com a mãe. Quando conseguiu pistas assistindo a videos de suas entrevistas pelo mundo não gostou do que viu.
Como podemos chegar a esse ponto? No filme, ela acorda congelada na Marie de quinze anos antes, com os pensamentos da Marie que foi no passado, mas e nós que não temos amnésia para nos salvar? E nós que estamos completamente "cientes" dos nossos caminhos traçados? Estamos agindo de maneira que nos orgulharemos depois? Será que estamos nos perdendo de nós mesmos, dando valor para o que no fundo não nos faz felizes?
Quero ver e rever esse filme. Aliás é algo para se ter em casa e colocar no dvd de tempos em tempos. Exame de consciência sem precisar de terapia!
Juliette Binoche está simplesmente incrível. Quanta competência para viver o papel. O ator que faz seu marido é um dos homens mais lindos ou charmosos dos últimos tempos. A trilha sonora é ótima e o roteiro, finalmente, é im-pe-cá-vel.
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