segunda-feira

A vida de outra mulher, 2012 de Sylvie Testud




Ja estava na hora de mais um filme arrebatador. A vida de outra mulher nos faz pensar em como podemos nos perder de nós mesmos ao longo da vida. Podemos nos tornar pessoas que nós mesmos desaprovaríamos.
Marie acorda no dia do seu aniversário de 41 anos e descobre que perdeu a memória dos últimos quinze anos. É uma executiva de sucesso, famosa, arrogante e está a beira do divórcio, mas sua última lembrança é do fim de semana em que conhece seu marido e se apaixona por ele, as vésperas de fazer a entrevista de emprego que mudará a sua vida. 
A partir daí ela vai tentar descobrir quem é, que papel ocupa no mundo, quem são todas aquelas pessoas a sua volta. Descobre que se tornou alguém completamente diferente do que imaginava ser, alguém que definitivamente ela não gosta e tampouco sabe como se comportaria se estivesse em sã consciência. É como se ela pudesse sair do corpo para analisar a vida que tinha escolhido viver, só que esquecendo de como chegou até ali.
Esta tão refém dela mesma, tão condenada naquele entorno que não consegue resgatar seu ideal. Quer amar o marido mas descobre que já colocou tudo a perder há muitos anos. Vai desesperadamente tentar reconquistá-lo, reconquistar o que abriu mão sem saber como.
Durante esses anos se perdeu no poder, no trabalho, no ciúme. Perdeu o convívio com o filho, brigou com a mãe. Quando conseguiu pistas assistindo a videos de suas entrevistas pelo mundo não gostou do que viu. 
Como podemos chegar a esse ponto? No filme, ela acorda congelada na Marie de quinze anos antes, com os pensamentos da Marie que foi no passado, mas e nós que não temos amnésia para nos salvar? E nós que estamos completamente "cientes" dos nossos caminhos traçados? Estamos agindo de maneira que nos orgulharemos depois? Será que estamos nos perdendo de nós mesmos, dando valor para o que no fundo não nos faz felizes?

Quero ver e rever esse filme. Aliás é algo para se ter em casa e colocar no dvd de tempos em tempos. Exame de consciência sem precisar de terapia!
Juliette Binoche está simplesmente incrível. Quanta competência para viver o papel. O ator que faz seu marido é um dos homens mais lindos ou charmosos dos últimos tempos. A trilha sonora é ótima e o roteiro, finalmente, é im-pe-cá-vel. 



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