sexta-feira

Heleno, 2012 de Jose Henrique Fonseca




"Eu não sou um jogador de futebol, eu sou a vontade de jogar futebol, eu sou a gana!" Assim Heleno de Freitas se define. Se a intenção foi fazer um filme que angustia, José Henrique Fonseca acertou a dose. Rodrigo Santoro mais uma vez mostra que é um baita ator. Aquele rostinho lindo de galã que ele tem facilmente se transforma quando o personagem exige. E Heleno exigiu, muito. Porque esse homem teve a personalidade mais forte que já vi na vida, o gênio mais difícil de todos os homens.
A agressividade é uma característica positiva, nos torna realizadores. Pessoas muito pacatas tendem a ser submissas na sociedade, não saem muito do lugar e facilmente são pessoas nada ousadas. Mas além de tudo o rapaz era teimoso, e assim cavou a própria cova.
Ele se sentia incompreendido. Tenho a sensação que foi alguém que viveu e morreu incompreendido. Ninguém chegou no seu coração, provavelmente ele nunca deixou. Buscou a verdade das coisas, não admitia a hipocrisia e por isso quis arrancar as máscaras que as pessoas usam para conviver. Ódio brutal às personas. Entendo o rapaz.
Gostei da direção, segura. Santoro rouba as cenas. Fotografia linda do Rio de Janeiro dos anos 40. Figurino impecável. E em preto e branco, pontos para quem teve a idéia. E não, não acho que teve interferência de O Artista. Foi bola dentro e parabéns para o cinema nacional.



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