terça-feira

Noites Urbanas e Alabama Song, como falar dos livros que não gostamos?




A vontade de falar sobre livros que me tiram o sossego de tanto que são bons é proporcional a falta de vontade de falar sobre livros que não me fizeram apaixonar. Dias atrás, conversando com a pessoa que logo vai se transformar de vez em um guru para mim, fui surpreendida pela opinião de que, contrariando meus ideais, tenho mais é que falar quando o livro não agrada. Exercitar a análise crítica e o pensamento analítico. Muito tem o que se dizer de um livro que não se gosta. Perguntei se ele também era o tipo de pessoa que não consegue abandonar um livro sem terminar, é bom ler até o fim, disse ele, assim posso saber se gostei de fato ou odiei de fato. É isso mesmo. Não sabia ainda muito bem porque, mas me custa um bocado deixar uma leitura de lado. E, aproveitando o momento, deixo registradas aqui duas obras lidas recentemente, mas não amadas; quem sabe alguém não tenha conseguido uma boa lição delas, coisa que não consegui tirar.
Noites Urbanas, o livro de contos de Daniel Piza começou bem, pensei que estava diante de mais um imperdível. O primeiro conto é inspirador, mas logo fui me identificando menos e menos. Exímio escritor, escreve sem rodeios, bem como eu gosto, mas faltou alma nas histórias, paixão na escrita. O título do livro sugere tantas possibilidades, tantas inspirações nas nossas noites urbanas. Achei o título mais poderoso que o conteúdo.
Outro livro que também tinha bons motivos para agradar muito é Alabama Song, a história do casal Scott  e Zelda Fitzgerald. A vida dela no Alabama no início do século passado e a mudança dos dois para Nova York dos anos 20 e 30, período em que grandes futuros nomes da literatura americana viviam a boemia insana de Paris. A famosa geração perdida.
Gilles Leroy narra tudo de um jeito meio sem pé nem cabeça. É como se, para falar de uma pessoa completamente pirada, impulsiva, talentosa, subjugada pelo talento do marido, como era Zelda, o autor precisasse de um estilo de escrita a altura. Uma pena porque era um universo tão rico, conviviam com pessoas tão incríveis, e a leitura é truncada, confusa, meio esquizofrênica.
De qualquer modo, em algumas ocasiões, acredito que quando não gostamos de um livro, é porque ainda não estamos preparados para eles. Se lermos um livro em dois momentos de vida distintos, são dois livros diferentes. Relermos um livro 20 anos depois, pode tirar toda a magia que tínhamos guardada sobre ele. Escolher o livro certo no momento certo é uma arte, um desafio. Esse blog também existe por isso, compartilhando leituras temos grandes chances de ter sempre um achado na mão.
Que assim seja!


Um comentário:

KElias disse...

Ai Sabrina, estou passando por esse triste momento de querer parar de ler de um livro rsrs

Comprei no último fim de semana um livro assim meio por impulso, já que n consigo passar na saraiva sem levar algum, não tive qualquer indicação dele e nunca tinha lido algo a respeito. Ele chama "Lago dos Sonhos", de KIM EDWARDS, acho que o que me chamou atenção foi o título e os dizeres da capa: "Às vezes o passado esconde segredos capazes de transformar nossas vidas".

Mas não ta me prendendo, sabe aquele leitura cansativa, texto prolixo demais, pois é! ;( já pensei em desisti varias vezes mas ai pego p ler mais um pouquinho pra ver se algo de interessante acontece rsrs

Enfim, depois de ler seu post decidi que vou terminar de ler esse livro, já que ainda nem cheguei na metade, nem que seja pra ter mais propriedade pra dizer pq não gostei. ;) beijinhos

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